Somos o plural.
Vai dizer que não houve dia em que levantassemos, de súbito, da cama após um pesadelo terrível. Que a saudade não apertou o peito quando surgia o ócio, quando eramos obrigados a lidar com a espera. A espera daquilo que jamais virá e que talvez nunca nem veio.
Houve, também, aqueles dias, após tantos e tantos em que a dor dava uma trégua e parecia abandonar de vez o peito e a mente, em que não era possível sequer olhar nos olhos de alguém. Todo casal de mão dada na rua era evitado, todas aquelas músicas continuam sem tocar no radio de pilha. Até trabalhar era impossível, ás vezes.
Somos o plural.
A vontade de esquecer cresce mais e mais a cada vez que um evento novo e bom acontece em nossas vidas. Apegamos-nos a ele como se fosse o mais importante e mais crucial. Há algumas pessoas que cercam nosso cotidiano que, por incrivel que possa parecer, faz eliminar completamente aquele sentimento e sensação de vazio dentro de nós. Até a lembrança, se duvidar.
Mas assim como a vontade vai e vem, estas pessoas nos deixam e o que nos resta é, novamente, a velha e assídua companheira de todos os dias, durante longos e longos meses. E o que passara a ser colorido com cores mais fortes que as de Frida Khalo, volta a ser um sépia morno e triste. Volta a tontura da mente, volta o choro da alma - esta, ainda desaparecida.
Tavez rezando pra voltar o tempo e tentar ser mais claro e óbvio, tentar acabar com o sofrimento mútuo que assola estas vidas quase boas, quase felizes, mas que lá no fundo, ainda são as mesmas. Sempre rezando para que nada de mal aconteça a ninguém, para que sejam dadas força e paciência para se viver mais um dia. Para se viver somente um dia após ao outro. Para se viver em paz. Pois é tudo o que mais desejamos. Pois é tudo o que desejamos. Somente o que desejamos.
Somos o plural.
De um sentimento.
Singular.
sábado, janeiro 1
O que não é mentira.
Marcadores: G.B., Olhos fechados
Postado por Dongo às 17:54
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