Jazem, aqui, incontáveis garrafas vazias de vinho, cálices sujos e não retomados à boca após vazios. Livros abertos, lidos pela metade, formando, assim uma inteira opinião. Deitado no leito, descansa o corpo febril e emagrecido pela doença incisiva do saber. O tempo é o infinito, igualmente como a partida do jogo que se admira. Pratos sujos de uma mesma refeição, dia após dia, sem saber que somente saciando as necessidades chegamos em algum lugar. Espero que este seja belo como os sonhos e as visões à beira do abismo. Pois há quem diga que este mesmo corpo é mais do que um simples objeto do fruto sagrado. Há quem diga que este, mesmo adormecido e prestes à sabe-se lá o que, nasceu para ser vencedor. Nascido para ser jogador, não peça.
Nunca deixou de acreditar. Em nenhum instante que fosse, este, ainda, pudesse compreender que verdade não há além daqueles lençóis encharcados de suor. Porque será que a vitória não saiu de dentro daquela mente, mesmo com o universo - e, junto, o universo de seu corpo - desmoronando e definhando diante de seus olhos, fechados, como a porta que trancou e não soube onde pôs a chave, não sei. Não ousaria sussurrar naquele universo, tendo como partido poder gritar para todos os seus habitantes.
O toque Sagrado que por vezes tentou levar este corpo para junto de sí, para os confins da Terra, também toca imaculadamente a mente pensante e implora para que fique mais uns tempos. Para que acorde, levante e vença, como sempre acreditou que seria. Como se nunca houvesse enfermidades, devaneios e loucuras. Como se não houvesse consequências para os terríveis e temíveis atos. Pois o corpo viril que levanta, marcha e suporta, tem a mente sábia, astuta e audaciosa.
E eu, hoje, sou somente espírito. Atravesso a porta trancada como se não a existisse e olho a minha imagem. O retrato de mim mesmo preso entre lençóis, vinhos, refeições baratas e cálices. Embriagou-me, como diz marcado em meu próprio braço. Calix meus inebrians. Tão grande foi a determinação no saber que, finalmente soube, entretanto, que de nada valem as teorias sem experiências práticas. Finalmente estou de volta para amparar neste leito meu próprio eu perdido em meio de amores, em meio de solidão.
Como senti minha própria falta e como ansiei por me encontrar novamente. O mais estranho é me encontrar justamente quando estou perdido, prestes a me entregar à eternidade.
Mas e a vitória há tanto requerida? Entregar-se é mesmo a solução? Digo a mim mesmo, por telepatia, que não. Uma mente que formou uma opinião após deixar várias opiniões por formar não pode desistir justo agora, que um aliado - o mais importante - está de volta para proteger o seu flanco. Como partes de um inteiro.
E mesmo que ainda não nos fundimos novamente, minha jornada agora é outra. Simplesmente caminhar lado a lado do meu corpo e levá-lo de volta ao esplendor dos campos e dos prédios altos da cidade.
Para levantar, caminhar e vencer.
Pense o que você quiser. (Y)
Nunca deixou de acreditar. Em nenhum instante que fosse, este, ainda, pudesse compreender que verdade não há além daqueles lençóis encharcados de suor. Porque será que a vitória não saiu de dentro daquela mente, mesmo com o universo - e, junto, o universo de seu corpo - desmoronando e definhando diante de seus olhos, fechados, como a porta que trancou e não soube onde pôs a chave, não sei. Não ousaria sussurrar naquele universo, tendo como partido poder gritar para todos os seus habitantes.
O toque Sagrado que por vezes tentou levar este corpo para junto de sí, para os confins da Terra, também toca imaculadamente a mente pensante e implora para que fique mais uns tempos. Para que acorde, levante e vença, como sempre acreditou que seria. Como se nunca houvesse enfermidades, devaneios e loucuras. Como se não houvesse consequências para os terríveis e temíveis atos. Pois o corpo viril que levanta, marcha e suporta, tem a mente sábia, astuta e audaciosa.
E eu, hoje, sou somente espírito. Atravesso a porta trancada como se não a existisse e olho a minha imagem. O retrato de mim mesmo preso entre lençóis, vinhos, refeições baratas e cálices. Embriagou-me, como diz marcado em meu próprio braço. Calix meus inebrians. Tão grande foi a determinação no saber que, finalmente soube, entretanto, que de nada valem as teorias sem experiências práticas. Finalmente estou de volta para amparar neste leito meu próprio eu perdido em meio de amores, em meio de solidão.
Como senti minha própria falta e como ansiei por me encontrar novamente. O mais estranho é me encontrar justamente quando estou perdido, prestes a me entregar à eternidade.
Mas e a vitória há tanto requerida? Entregar-se é mesmo a solução? Digo a mim mesmo, por telepatia, que não. Uma mente que formou uma opinião após deixar várias opiniões por formar não pode desistir justo agora, que um aliado - o mais importante - está de volta para proteger o seu flanco. Como partes de um inteiro.
E mesmo que ainda não nos fundimos novamente, minha jornada agora é outra. Simplesmente caminhar lado a lado do meu corpo e levá-lo de volta ao esplendor dos campos e dos prédios altos da cidade.
Para levantar, caminhar e vencer.
Pense o que você quiser. (Y)
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