Piscar de olhos. Um gesto que pode durar uma fração de segundo de uma eternidade que reina em particularidade dentro de cada um de nós. Pois aqui está o centro do meu universo: Eu mesmo. Minhas ações, meus atos e minhas consequencias partem de dentro deste corpo, dessa alma, dessa mente. Ontem, pisquei o olho em um velho mundo conhecido, "nova-mente". Lá se foram tantos litros de tinto amargo, de vida passada, presente e presente de Deus que se alcunham "estrelas". Incontáveis e quase todas mortas, entretanto vivas aos meus olhos, antes e após piscarem. Pois eu sei que mesmo que pisque inúmeras vezes, elas ainda estarão lá para me guiar.
Estrelas mortas são os anjos num céu de infinito mistério. Grandioso, eu, nós, assim como entrelaçamos nossas línguas e conhecemos o céu da boca um do outro. Quando pudemos, podíamos. Quando poderemos? Pois se é para esperar e enfrentar o medo durante uma eternidade, eu aceito essa condição de me apaixonar em apenas poucos dias ou mesmo em instantes. Um aperto de mãos que mudou a trajetória da cadente estrela, que um dia eu julguei injusta comigo por não realizar o pedido que havia lhe feito. Pisquei o olho e ela se foi com meu pedido, com minha farsa de última esperança, quando na verdade ainda tinha mais uma dúzia delas dentro do bolso.
Estrelas, beijos e paixões perdidas. Paixões que já me custaram lágrimas, sorrisos, tristezas e alegrias. Paixões que foram mais do que simples. Simplesmente foram amor, nada menos e, tão pouco, nada mais. Abraço apertado pra cessar a tremedeira. Ontem, aquela mão que fora dada por que eu pedi, será voluntária nos dias que se sucederão. E para cada vez que piscar os meus olhos diante dos teus eu verei estrelas, verei os meus pedidos e será o seu abraço aquele que tanto ansiei. Aquele que você me ouviu descrever com exatidão. O mesmo que me ajudou a vencer o frio, mesmo que minhas pálpebras tenham demorado meia volta de planeta para poder se abrir de um longo piscar. Um sonho.
Um piscar de olhos pode determinar o caminho pelo qual estamos seguindo. Eu pisquei os olhos e pude ver meu caminho de volta pra casa, apesar de ver que meu lugar é aqui, longe, buscando encontrar o espaço vazio entre uma estrela ou outra. Sei, tenho convicção de que lá é o meu lugar, aqui. Mas mesmo assim a saudade aperta e a vontade de ver todos aqueles sorrisos que me acolhem como mãos e abraços é enorme. Grandiosa é. Como num céu noturno de verão, salpicado de estrelas. Daqui a instantes, talvez, eu consiga definir o significado do meu próprio universo.
Sonhos, desejos e todas essas coisas foram feitas para serem conquistadas. Amor, paixão e todas essas coisas foram feitas para ser sentidas. Se numa escala de zero ao cem eu tenho um, já é o bastante para eu acreditar. Foi me dito que qualquer um poderia ser o felizardo. Porque não eu? É só eu piscar o olho para começar a ver que o dia está somente começando.
Pense o que você quiser. (Y)
terça-feira, fevereiro 28
segunda-feira, fevereiro 6
Perto e longe.
Dizem que era pra eu estar aqui ainda, parando, parado, esperando, esperando e esperando. Aguardando a resposta que não vem, o abraço que não foi dado, a carta de amor não entregue, o soldado voltar para levar seu cão para casa. Sinceramente, realmente, originalmente, não sei por que eu ainda insisto nessa vaga esperança de te ver saindo por aquele portão, sorrindo e me chamando para andar do seu lado como outrora fizemos. Compartilhar daquelas mesmas, velhas e incansáveis, veredas ímpares de um par de corpos que juntos tornam-se denominador comum. Contudo, não estou aqui. Não era pra estar, contudo estou. Contudo, não estou.
Pode-se dizer que meu corpo está aqui, de pé, de olhos abertos, olhando ansioso e aflito para enxergar aquilo que mais se deseja ver. Entretanto a alma encontra-se longe, distante, onde os olhos não podem alcançar. Simples e complexo. Fato consumado, consumido e assumido. O relógio marca uma hora a mais que o sol forte que faz escorrer suor e molhar a malha estampada com uma grande gota. Lágrima. Não estou aqui ainda pra chorar, pois o corpo não chora. O choro, quando vem, vem da alma e esta está distante, longe, onde os olhos não podem enxergar, ouvidos não podem escutar, mãos não podem tatear.
Foi-se. Desapareceu e evaporou. Voou, voou e voou. Pra onde será que foi essa alma minha, cansada de ser corpo e de esperar o corpo que não sai de dentro daquele labirinto. Achei que eu era Teseu, não Ariadne. Achei que o minotauro estava dentro de meus medos, envolto às minhas sombras, não que fossem as sombras do passado a me assombrar. Mil anos em uma tarde, com flores nas mãos e espinhos no peito, de tanto esperar, espetando profundo. Bate o coração, coçam as mãos, formigam os pés. Eu não consigo ver, pois não estou lá, apesar de ainda estar.
Os olhos cansados serram-se em sincronia com o crepúsculo. O corpo ainda resiste firme, imóvel. Torcendo para que o primeiro movimento possa ser o de pôr um pé na frente do outro e correr para o seu encaixe. Correr, correr, correr e, antes de abraçar, largar flores pelo chão, dores pelo passado e temores pelo caminho. Percorrido, comprido, largo. Cumprido, cumprimentado, completado o trajeto. Seria se a porta se abrisse e depois o portão e depois ainda o baú de segredo de sentimento daquela que me completa. E mesmo esta lacuna preenchida não me satisfaz e mesmo esse cálice não me embriaga. Estou farto de esperar e saber que esperar não pode ser mais do que ficar em pé, olhando, torcendo para que aconteça algo que não acontecerá.
É a alma que move o corpo. São os sentimentos que nos levam a fazer todos nossos atos. Minha alma se deu ao trabalho de deixar meu corpo criando raízes em frente aquela esperança quase morta de poder ver um rosto, mesmo que se surgisse outro no lugar deste que era pra se ver. Paciência, logo. Para quem esperou, esperou e esperou tanto tempo, under the moon by midnight, talvez eu possa ter uma vaga esperança de ter uma vaga dentro daquele lar, um dia qualquer. Espero até o almoço do dia seguinte? Farei isso. Estou esperando, contudo não estou. Estou longe, em outro lugar. De qualquer forma esperando para voltar para meu corpo, para receber minha alma de braços abertos e, juntos, poder gritar, bater, tocar campainha, insistir, insistir e insistir.
Insistir no amor.
Pense o que você quiser. (Y)
Pode-se dizer que meu corpo está aqui, de pé, de olhos abertos, olhando ansioso e aflito para enxergar aquilo que mais se deseja ver. Entretanto a alma encontra-se longe, distante, onde os olhos não podem alcançar. Simples e complexo. Fato consumado, consumido e assumido. O relógio marca uma hora a mais que o sol forte que faz escorrer suor e molhar a malha estampada com uma grande gota. Lágrima. Não estou aqui ainda pra chorar, pois o corpo não chora. O choro, quando vem, vem da alma e esta está distante, longe, onde os olhos não podem enxergar, ouvidos não podem escutar, mãos não podem tatear.
Foi-se. Desapareceu e evaporou. Voou, voou e voou. Pra onde será que foi essa alma minha, cansada de ser corpo e de esperar o corpo que não sai de dentro daquele labirinto. Achei que eu era Teseu, não Ariadne. Achei que o minotauro estava dentro de meus medos, envolto às minhas sombras, não que fossem as sombras do passado a me assombrar. Mil anos em uma tarde, com flores nas mãos e espinhos no peito, de tanto esperar, espetando profundo. Bate o coração, coçam as mãos, formigam os pés. Eu não consigo ver, pois não estou lá, apesar de ainda estar.
Os olhos cansados serram-se em sincronia com o crepúsculo. O corpo ainda resiste firme, imóvel. Torcendo para que o primeiro movimento possa ser o de pôr um pé na frente do outro e correr para o seu encaixe. Correr, correr, correr e, antes de abraçar, largar flores pelo chão, dores pelo passado e temores pelo caminho. Percorrido, comprido, largo. Cumprido, cumprimentado, completado o trajeto. Seria se a porta se abrisse e depois o portão e depois ainda o baú de segredo de sentimento daquela que me completa. E mesmo esta lacuna preenchida não me satisfaz e mesmo esse cálice não me embriaga. Estou farto de esperar e saber que esperar não pode ser mais do que ficar em pé, olhando, torcendo para que aconteça algo que não acontecerá.
É a alma que move o corpo. São os sentimentos que nos levam a fazer todos nossos atos. Minha alma se deu ao trabalho de deixar meu corpo criando raízes em frente aquela esperança quase morta de poder ver um rosto, mesmo que se surgisse outro no lugar deste que era pra se ver. Paciência, logo. Para quem esperou, esperou e esperou tanto tempo, under the moon by midnight, talvez eu possa ter uma vaga esperança de ter uma vaga dentro daquele lar, um dia qualquer. Espero até o almoço do dia seguinte? Farei isso. Estou esperando, contudo não estou. Estou longe, em outro lugar. De qualquer forma esperando para voltar para meu corpo, para receber minha alma de braços abertos e, juntos, poder gritar, bater, tocar campainha, insistir, insistir e insistir.
Insistir no amor.
Pense o que você quiser. (Y)
Marcadores: G.B., Quase-paradoxos
Postado por Dongo às 21:12 1 comentários
quinta-feira, fevereiro 2
Breve.
Ver, sentir e imaginar.
Ver. Enxergar, perceber e distinguir cores, formas e dimensões.
Tamanho de papel, tinta de caneta, porta, janela, horizonte e nada mais.
Somente o que a retina retém. Matéria prima e bruta, obtusa, vasta e intacta
por mais que as mãos do homem já tenham fundido metais, cortado madeiras.
Por mais que o ato de atar as mesmas mãos sejam laços mais fortes do que nó.
Sentir. Tocar, mergulhar, submergir. De todos os lados e formas. Formais ou não.
Difuso, profuso, completo e longínquo, como disse-o em Pessoa
outra que nao esta.
Desafiando as palavras e as leis naturais.
Um corpo em repouso com sua mente em movimento,
enviando sinais e comandos para bombear, para irrigar e para barganhar nutrientes.
Pois sinto-o. Sim. Sinto-o debatendo-se por dentro de mim
de todos os lados, de todas as formas.Fundindo o real com o que não é.
O que sou eu com o que não sou.
Imaginar. Enterrar-se e voar, sorrir e chorar, querer ou não.
Sol e lua num mesmo céu, lapidado e pronto para ser entregue, para ser entrega.
De alma e corpo, de luz e trevas. Antíteses e paradoxos.
Ironias de um destino grosso que digere tudo aquilo que vê e que sente
para, então, poder sonhar.
Dormir e se maravilhar com as doces ilusões do mundo real.
Pois tudo é verdade, tudo. Até mesmo aquilo que não existe, haverá de ser...
Haverá de se ver, se sentir e se imaginar.
Pense o que você quiser. (Y)
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Postado por Dongo às 19:09 0 comentários
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