A inspiração é uma criança travessa. Pequena o suficiente para se esconder entre os neurônios e demasiadamente grande para sua existência ser contestada. O ser humano é pequeno – mesmo os grandes – para compreender que uma partícula pode tornar-se um infinito universo de estrelas, planetas e desconhecido. O baú do conhecimento sempre terá mais um fundo falso escondido, mais uma aresta a se explorar. E se há limites para centenas de coisas, a dúvida é o que sempre nos impulsiona. “E se...?” é o que se perguntam os filósofos, matemáticos ou qualquer ser humano, grande ou pequeno, velho ou novo, que busca refutações. Homens estes, como eu, que não passam de corpo e massa cefálica, insignificantes, envoltos em brilhantismos e em descobertas intimamente denominadas como improváveis. Eu contesto.
Contesto por ser leigo, ser cego e ignorante. Contesto por saber que há limite em meu campo de visão, nos termos que domino na escrita, no que posso fazer de melhor hoje. Pois ontem me afugentei ao conhecimento, deixando de perceber que o termo “possibilidades” pode ser no singular, mesmo escrito em plural. Não há limites em ter limites e esta acaba sendo a nossa maior restrição. Delimitados a olhar, tocar, cheirar, degustar e ouvir, esquecendo-se de que o maior impedimento é não saber que regras foram feitas para ser quebradas ou, simplesmente, ignoradas. E eu contesto.
Contesto por ter dentro de mim uma imaginação infantil, pura e travessa. Contesto por saber que minha limitação está em repetir termos e palavras, frases de efeito, por não ser mais bem instruído. Contudo, a subjetividade dos textos nos leva a perceber que não há limites e que nossa massa cefálica, pequena como um átomo, pode se transformar em um infinito universo de idéias, perguntas, teses e réplicas duvidosas. Não sabemos o que cada inspiração esconde em cada cabeça de cada ser humano, homem ou mulher, barroco ou contemporâneo, de corset ou geek. O que é pertinente frisar, nutrindo esta grande teia de informações e necessidade do saber, é o fato da raça humana conhecer seus limites e alcançá-los, ultrapassá-los e, enfim, conhecer o infinito: Um novo limite mais adiante, melhor protegido e com uma tênue sensação de que o simples e o complexo são uma só coisa.
E são.
São palavras, feitas de pequenas letras e grandes significados. Amantes que se descobrem em uma alcova de metonímias, ironias e antíteses. É o campo do infinito em sua melhor vista, aveludando o toque em suas rosas palavras, exalando o cheio da acepção presente e futura, provando do néctar desta pequena viagem e ouvindo o vento dizer palavras novas, aumentando a limitação para que possamos, outra vez e mais uma, alcançar e superar restrições. Descobrindo, então, o óbvio: Minha imaginação limita-se em ver, sentir e imaginar.
Pense o que você quiser. (Y)
domingo, maio 6
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