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Entendo como é essa dor. Entendo, também, que esperar nunca foi um de meus melhores dons. Entretanto, a vida é imposta e composta por desafios. Naquele sonho que mais tarde descobriria ser um déjà-vu, não conseguia me recordar da forma, da cor do cabelo ou da voz. Mas o olhar marcou tanto minha memória que eu poderia reconhecê-lo em milhas de distância.
Reconheci.
Conheci nos olhos sofridos mais do que uma razão de viver. Passei a ser uma opção de prioridade, talvez. Não houve lição mais correta do que aquela que, há muito tempo atrás, um capitão disse para seu marujo mais aplicado. O conselho em que dizia que a razão de viver consiste em sofrer. Pois para cada vez que você sofre por conta de uma determinada situação, é porque se não vivenciássemos todos esses infortúnios não teríamos os baús de ouro e todas as recompensas no final dos mares.
Sei bem como é este sofrimento. Sei bem como é perder. Contudo, perder, hoje, fez com que eu percebesse que é preciso se permitir. Mais do que se permitir é ajudar a enxugar as lágrimas de quem nem conhecemos, mas que queremos muito o bem.
A dona daquele olhar, que eu reconheceria a milhas e milhas de distância.
Pense o que você quiser. (Y)
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