terça-feira, setembro 7

Partir e repartir.

Sou imaturo para tratar-me como adulto e, ao mesmo tempo, antiquário o suficiente para não me sentir jovem. Sou o que divide os loucos dos sãos. A fronteira entre o heroísmo e a covardia, entre a coragem e o medo, entre o existir e não existir. O copo vazio, o cofre quebrado, a carta aberta e lida. Não sou Raul, mas sou meu próprio fim, início e meio. Sou meu próprio meio de locomoção, minha visão e audição. Sou punk, erudito e popular. Uso ouro, prata e brincos baratos. Escrevo visões, sentimentos e imaginação.
Até hoje ainda não descobri se alguém é capaz de me entender. Sou tão claro como a luz do sol, tão misterioso quanto a lua e tão complexo quanto o big bang. Minha flexibilidade é a de ser inflexível quanto aos meus próprios costumes. Minha mudança é nunca deixar de ser quem eu sempre fui, mesmo tendo dentro de mim milhares "eus" diferentes. Seja lírico ou psdeudônimos, sempre haverá uma caracteristica única.
Minha face é e sempre será meu legado. A cabeça erguida será a minha lei. Necessito renovar meus velhos costumes e novamente voltar a acreditar no que o Mago disse. Há de ser tudo da lei quando fazemos o que queremos, desde que façamos possuídos do amor mais puro, rico e verdadeiro por qualquer se sejam nossos ideais e objetivos. É quando agimos seguros e gostamos de nossas atitudes que tudo tomará sentido.
Não adoto banalidade em minhas palavras e costumes. Não minto naquilo que escrevo, como um genuíno poeta, pois estes instantes em que me deparo com papel e caneta é quando entro em contato com minh'alma e todos os seus anseios. Encaro vitórias como reconhecimento de meus talentos e esforços. Derrotas, confesso que nem sempre trato como aprendizado, mas acabo aprendendo mais a viver e conviver com outras pessoas a cada tombo que tomo. Assim como uma criança que chora ao cair da bicicleta, mas que se levanta e não deixa de tentar novamente, eu aprimoro os meus conhecimentos.
Se digo que gosto, é porque gosto de verdade. Se digo que tenho fé, é porque ela mora dentro de mim. Quando digo que não me importo, é porque de fato não há significado. Não gasto desnecessáriamente os meus "eu te amo" e os verdadeiros amigos em que posso contar, mesmo sabendo que sempre serei sozinho no mundo, são diversos. Não me apego ao impossível ou improvável, assim como desconfio do fácil. Acredito que, para algo valer a pena realmente, a balança deve sempre estar equilibrada com os prós e os contras.
Sou permanentemente mutável. Contemporâneo, Barroco e Romântico. Sou minhas próprias armas, minhas próprias pernas e asas. As grades da minha gaiola se chama atmosfera e a partida é a minha maior necessidade. O que há além do horizonte eu posso não saber. O que se esconde ao fim da ponte, quais os valores de alguém. Para cada vez que coloco-me na estrada, deixo um pouco de mim em cada lugar em que passei. Quando parto é quando me reparto em migalhas guardadas como o mais precioso diamante. Todos se lembrarão de mim e eu me lembrarei de todos aqueles que me cativaram.
Bon Voyage.




Pense o que você quiser. (Y)

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