Muito tempo se passou e muitas questões foram feitas até então. Varias destas se perderam com o tempo. Uma, entretanto, ainda persiste. Esta que eu daria a vida para saber a sua resposta.
"E agora? Você está bem? Está realmente bem? E se de nada vale um sorriso não sincero, acha que chorar adianta? Se de nada vale o choro, porque choramos em prece? Mas de que adianta rezar quando não podemos enxergar o amor? Somos o plural? Somos metade de um sentimento uníssono? Se somos, porque não estamos unidos, como a laranja recém colhida? Porque o que passara a ser colorido com cores mais fortes que as de Frida Khalo, volta a ser um sépia morno e triste? Porque fica muda? Porque não grita com todas as forças tudo o que quer dizer, deumavezsempararpararespirar? Porque não diz o que quer dizer quando pega no telefone? Porque não disca? Porque não somos mais esta linha cruzada?
Como podemos abandonar aquilo que nos foi tão bom e desbravar o futuro que ainda não nos pertence? Como fazemos para convencer a nós mesmos de que o melhor caminho a seguir é justamente o misterioso? E porque não dar o primeiro passo? Porque não damos, não demos o primeiro passo juntos? Porque quem ama não tem juizo? Porque quem ama abre mão de tudo e fica somente portando essa pequena jóia? Porque temos de chorar quando cativamos alguém? Porque a saudade existe? Amar não é olhar um para o outro. Mas pra onde estamos olhando agora? Pra onde eu posso olhar e poder ver? Pra onde podemos olhar juntos, como um par de olhos de um ser perfeito?
Porque saudade não se pode traduzir? Porque saudade existe? Porque eu alimento-a ainda?Porque sinto-me assim, tão infeliz? Será que esse sentimento não passa? Será que nada vai ocupar um espaço vazio? Existe mesmo algo infinito, eterno? Porque coisas acontecem todas sempre ao mesmo tempo? Como se vive incompleto, ou parecendo incompleto? Será que pessoas que se foram retornam? Será que existem coisas que morrem e voltam a criar vida? Qual será a essência da vida? Quem, realmente, sou eu? Porque? Como? Onde? Aonde? Porque? Como faz? COMO?"
Muito tempo se passou. Muitas questões foram feitas, refeitas e refletidas. Algumas poucas respostas foram encontradas. Muitas delas, entretanto, se perderam com o tempo. Hoje, com todo o meu coração, não me importo com as respostas que não recebi, das perguntas que ainda me pressionavam. O meu contentamento é responder a todas essas com uma única resposta, vinda de minha própria boca:
Pense o que você quiser. (Y)
sábado, março 26
quinta-feira, março 24
Cidade dos caranguejos.
A consecutividade das latas de cerveja em minha mão torna-se banal à medida que a mente decola e os olhos enxergam além. Elas captam, simultaneamente, passado e futuro. A luz e sua ausência. A sua ausência. Porém, de tão veloz que passou, quase que esta não foi percebida. E os olhos da embriaguez captam o que os olhos não conseguem ver.
Quando qualquer direção torna-se o norte, desvendo mais e mais ocultos sentidos meus. Sinto o cheiro das plantas que me rodeia. Ouço o som das águas correntes de uma lagoa pouco estável. Ouço cada som, de cada voz, de cada boca. Vozes frágeis, graves. Ouço cada som que faz o beijo.
Após tantas bocas saboreadas, degustadas e deliciadas, a minha própria sente-se nauseada. Nenhuma dessas provadas tem meu sabor predileto, mas não reclamo. Com toda essa salada de salivas, desejos e pequeno prazer, minha boca pede o gosto amargo de mais um gole da cachaça doce que abre os olhos da visão. Abre a mente, na fogueira, do insenso que dispensa o vento e disfarça o cheiro do elemento natural. Após tantas bocas sentidas, quistas e batidas, uma mistura começa a se dissipar.
Essa má digestão que vem da mente e dos pulmões, pulsa e bate. Bombeia e leva para todo o corpo a vontade de vomitar um bocado a mais de coisas que sempre houveram engarrafadas em meu corpo: Samba e bohemia. Samba de roda que faz uma ciranda. Bohemia na mesa, na simplicidade da palavra, na malandragem com que toca. A vontade de explodir vem de dentro, vem da voz da alma. A vontade de expelir um bom, mal e necessário, reduto de empolgação e festejo.
A voz que explodirá é a mesma que, agora, pede com delicadeza e todo respeito o microfone na mão da donzela. Um dueto deixo para depois, quem sabe. Tudo é um ciclo. O retorno, após longos anos, é repentino. Nunca pensei que portaria novamente um microfone e um repertório. Jamais pensei que poderia voltar a sentir sensações como aquela. Pois quando eu encaro o público de frente, é o momento em que eu posso ser quem eu quiser ser.
É justo neste momento, então, que fico mais simples e tudo o que mais desejo é ser eu mesmo. Consigo com maestria. Porque lá eu não minto, não finjo. Não invento. Fecho os olhos e deixo a arte fluir e interagir com minh'alma. Esta é a arte que me faz não pensar em quase nada. Só não digo "não pensar em nada" devido ao fato de que, por uma mínima fração de tempo, pensei e desejei que esse momento pudesse ser a tão sonhada retribuição, a réplica. O agradecimento. Cantar de volta a canção desejada à mim outrora.
"Não são lamentos, meu amor. São só saudades."
De tão veloz, já nem me lembro. Não importa, agora. Tenho uma vida inteira pra pensar. Mas nesta noite, nesta em que volto a ser eu mesmo, mesmo que só durante esta canção, deixo minha mente limpa. Deixo a alma voar até sua gêmea, sem me preocupar com o que ela fará. É mesmo somente mais uma pequena mensagem.
Barriga vazia, garganta seca. Os sentidos voltam a ser humanos, normais e pequenos novamente. Fim de um ciclo. Início de outro. Mais uma cerveja na mão. Mais salada, mais samba. Mais do mesmo.
Pense o que você quiser. (Y)
Quando qualquer direção torna-se o norte, desvendo mais e mais ocultos sentidos meus. Sinto o cheiro das plantas que me rodeia. Ouço o som das águas correntes de uma lagoa pouco estável. Ouço cada som, de cada voz, de cada boca. Vozes frágeis, graves. Ouço cada som que faz o beijo.
Após tantas bocas saboreadas, degustadas e deliciadas, a minha própria sente-se nauseada. Nenhuma dessas provadas tem meu sabor predileto, mas não reclamo. Com toda essa salada de salivas, desejos e pequeno prazer, minha boca pede o gosto amargo de mais um gole da cachaça doce que abre os olhos da visão. Abre a mente, na fogueira, do insenso que dispensa o vento e disfarça o cheiro do elemento natural. Após tantas bocas sentidas, quistas e batidas, uma mistura começa a se dissipar.
Essa má digestão que vem da mente e dos pulmões, pulsa e bate. Bombeia e leva para todo o corpo a vontade de vomitar um bocado a mais de coisas que sempre houveram engarrafadas em meu corpo: Samba e bohemia. Samba de roda que faz uma ciranda. Bohemia na mesa, na simplicidade da palavra, na malandragem com que toca. A vontade de explodir vem de dentro, vem da voz da alma. A vontade de expelir um bom, mal e necessário, reduto de empolgação e festejo.
A voz que explodirá é a mesma que, agora, pede com delicadeza e todo respeito o microfone na mão da donzela. Um dueto deixo para depois, quem sabe. Tudo é um ciclo. O retorno, após longos anos, é repentino. Nunca pensei que portaria novamente um microfone e um repertório. Jamais pensei que poderia voltar a sentir sensações como aquela. Pois quando eu encaro o público de frente, é o momento em que eu posso ser quem eu quiser ser.
É justo neste momento, então, que fico mais simples e tudo o que mais desejo é ser eu mesmo. Consigo com maestria. Porque lá eu não minto, não finjo. Não invento. Fecho os olhos e deixo a arte fluir e interagir com minh'alma. Esta é a arte que me faz não pensar em quase nada. Só não digo "não pensar em nada" devido ao fato de que, por uma mínima fração de tempo, pensei e desejei que esse momento pudesse ser a tão sonhada retribuição, a réplica. O agradecimento. Cantar de volta a canção desejada à mim outrora.
"Não são lamentos, meu amor. São só saudades."
De tão veloz, já nem me lembro. Não importa, agora. Tenho uma vida inteira pra pensar. Mas nesta noite, nesta em que volto a ser eu mesmo, mesmo que só durante esta canção, deixo minha mente limpa. Deixo a alma voar até sua gêmea, sem me preocupar com o que ela fará. É mesmo somente mais uma pequena mensagem.
Barriga vazia, garganta seca. Os sentidos voltam a ser humanos, normais e pequenos novamente. Fim de um ciclo. Início de outro. Mais uma cerveja na mão. Mais salada, mais samba. Mais do mesmo.
Pense o que você quiser. (Y)
Marcadores: "Nova-mente", Olhos abertos
Postado por Dongo às 19:27 1 comentários
domingo, março 13
Tolas palavras.
Palavras são tolas.
Vocês não seriam capazes de sequer ter uma noção de quanto eu me sinto pequeno e pobre de espírito neste momento. Falar é tão fácil. É justamente por ser fácil que eu me sinto assim. Pois eu sempre falo, falo e falo. Escrevo textos longos, bonitos. Mas o que realmente vale, o que realmente importa, deixei de fazer há muito. Atitudes, ações. Gestos.
Cobrar dos outros objetividade é tão fácil. Falar é tão fácil. Sempre fácil falar para todos o que eles são capazes de ser, de fazer. Mas e quanto a nós mesmos? Já se olhou no espelho e se perguntou, alguma vez, se você é capaz de tais façanhas?
Agora, passamos a observar que há um mundo inteiro que acredita em você, mesmo quando desanima, mesmo quando inventa desculpas pra não assumir aquilo que se quer. Por medo, por tolice ou por simples vergonha de querer aquilo que não se deveria. Somos nós quem fazemos nossas escolhas e temos que defendê-las sob toda e qualquer circunstância. Lágrimas existem. Dor existe. Mas a escolha é de cada um em fazer delas peso ou degrau.
A velha e inconsequente mania de não saber esperar é o que atrapalha ainda mais. Não serão com chantagens ou sensacionalismo que eu conseguirei o que eu quero. Será com trabalho, com garra, perseverança. Os fins justificam os meios, sempre. A realização é o resultado da vontade de conquistar. A conquista é o resultado de todo o suor que desce pela face. Que sangre a alma. Que sofra, mas que jamais deixe de acreditar que se pode.
Não há nada de incertezas. Não há "se" ou "talvez". Não haverá lamentações, logo.
E não será da noite para o dia que tudo o que eu quero virá até mim. Não poderá ser tão fácil como eu gostaria que fosse. Não será tão fácil como falar, como escrever. Ao menos agora eu sei. A felicidade existe e o amor também. Tive medo de encarar essa verdade e acabava por não acreditar em nada que me pudesse fazer feliz. Essa cadeira, esse quarto, tudo isso está pequeno demais para mim. O que farei agora é me levantar, abrir a porta, sair e viver.
Até breve. (Y)
Vocês não seriam capazes de sequer ter uma noção de quanto eu me sinto pequeno e pobre de espírito neste momento. Falar é tão fácil. É justamente por ser fácil que eu me sinto assim. Pois eu sempre falo, falo e falo. Escrevo textos longos, bonitos. Mas o que realmente vale, o que realmente importa, deixei de fazer há muito. Atitudes, ações. Gestos.
Cobrar dos outros objetividade é tão fácil. Falar é tão fácil. Sempre fácil falar para todos o que eles são capazes de ser, de fazer. Mas e quanto a nós mesmos? Já se olhou no espelho e se perguntou, alguma vez, se você é capaz de tais façanhas?
Agora, passamos a observar que há um mundo inteiro que acredita em você, mesmo quando desanima, mesmo quando inventa desculpas pra não assumir aquilo que se quer. Por medo, por tolice ou por simples vergonha de querer aquilo que não se deveria. Somos nós quem fazemos nossas escolhas e temos que defendê-las sob toda e qualquer circunstância. Lágrimas existem. Dor existe. Mas a escolha é de cada um em fazer delas peso ou degrau.
A velha e inconsequente mania de não saber esperar é o que atrapalha ainda mais. Não serão com chantagens ou sensacionalismo que eu conseguirei o que eu quero. Será com trabalho, com garra, perseverança. Os fins justificam os meios, sempre. A realização é o resultado da vontade de conquistar. A conquista é o resultado de todo o suor que desce pela face. Que sangre a alma. Que sofra, mas que jamais deixe de acreditar que se pode.
Não há nada de incertezas. Não há "se" ou "talvez". Não haverá lamentações, logo.
E não será da noite para o dia que tudo o que eu quero virá até mim. Não poderá ser tão fácil como eu gostaria que fosse. Não será tão fácil como falar, como escrever. Ao menos agora eu sei. A felicidade existe e o amor também. Tive medo de encarar essa verdade e acabava por não acreditar em nada que me pudesse fazer feliz. Essa cadeira, esse quarto, tudo isso está pequeno demais para mim. O que farei agora é me levantar, abrir a porta, sair e viver.
Até breve. (Y)
Marcadores: Olhos abertos
Postado por Dongo às 20:00 5 comentários
sexta-feira, março 11
Um quase-paradoxo clássico.
Não há pesadelo pior do que querer ficar acordado e não conseguir. Lá se vão mais algumas preciosas horas da madrugada e o sono mais uma vez vence a batalha. Hoje, porém, tenho um nó tão grande e poderoso em minha garganta, que me sufoca, deixando-me em alerta e prontidão. Mais uma vez o caderno é o meu melhor companheiro em um quarto frio e escuro, onde somente a luz projetada pela tela do computador ilumina o pedaço de papel em que escrevo com a caneta falha.
Nunca quis sofrer, tão pouco fazer alguém sofrer. Mas este é o único meio que tenho para aliviar um pouco esse peso enorme que carrego dentro de mim durante todo esse tempo. E há tanta literatura e tanto subjetivismo em minhas palavras, fazendo-as parecer até que são mesmo somente textos. Mas nenhum par de olhos consegue mais enxergar além das entrelinhas. Pois o que escrevo é superficial, justamente pensando em poupar a todos do que realmente mora dentro de mim.
Tantas e tantas vezes quis sorrir. Tantas e tantas vezes quis ser eu mesmo novamente. Mas o que eu nunca consegui fazer, foi acreditar em minhas próprias menitras. Dizer em frente ao espelho que tudo está bem. Muito tempo já passou, muita coisa já aconteceu e eu, cego, ainda não consigo diferenciar pena e compaixão de sofrimento. Porque, na verdade, eu, sozinho, não seria capaz de entender. Não sou, no presente, capaz de entender, ainda, o que passa e porquê passa.
Há muito tempo queima dentro de mim uma chama imortal, que nada pode apagar. Não tenho culpa de ser assim, previsível. Certas coisas devem permanecer sempre enterradas. Se agora a batalha é contra os sonhos, futuramente será contra o interior, que se debate e tenta tomar o controle. Sem controle, sem rumo, sem vida. Até o presente momento.
Não será amanhã, quando acordar, que meu sofrimento terá se dissipado. Não serão mais estes parágrafos que estarão aqui, amanhã. Pois a cada manhã um sorriso novo é aberto para a vida. A cada manhã as esperanças estão renovadas. A hora de agir chegará, mas não é agora. Que eu espere pela eternidade, que eu perca oportunidades, mas que eu não faça das minhas ações precipitadas. Ou que eu seja inconstante e tente de tudo um pouco. Estou cansado de abrir mão das coisas que me fazem feliz, em troca de um pouco mais de inspiração. Que eu retorne a ser quem sempre fui. Sejamos francos. A hora de agir não é agora, mas poderá ser amanhã.
Talvez, amanhã eu mostre o outro lado da minha vida. A parte, maior, externa, da vida que eu vivo.
Pense o que você quiser. (Y)
Nunca quis sofrer, tão pouco fazer alguém sofrer. Mas este é o único meio que tenho para aliviar um pouco esse peso enorme que carrego dentro de mim durante todo esse tempo. E há tanta literatura e tanto subjetivismo em minhas palavras, fazendo-as parecer até que são mesmo somente textos. Mas nenhum par de olhos consegue mais enxergar além das entrelinhas. Pois o que escrevo é superficial, justamente pensando em poupar a todos do que realmente mora dentro de mim.
Tantas e tantas vezes quis sorrir. Tantas e tantas vezes quis ser eu mesmo novamente. Mas o que eu nunca consegui fazer, foi acreditar em minhas próprias menitras. Dizer em frente ao espelho que tudo está bem. Muito tempo já passou, muita coisa já aconteceu e eu, cego, ainda não consigo diferenciar pena e compaixão de sofrimento. Porque, na verdade, eu, sozinho, não seria capaz de entender. Não sou, no presente, capaz de entender, ainda, o que passa e porquê passa.
Há muito tempo queima dentro de mim uma chama imortal, que nada pode apagar. Não tenho culpa de ser assim, previsível. Certas coisas devem permanecer sempre enterradas. Se agora a batalha é contra os sonhos, futuramente será contra o interior, que se debate e tenta tomar o controle. Sem controle, sem rumo, sem vida. Até o presente momento.
Não será amanhã, quando acordar, que meu sofrimento terá se dissipado. Não serão mais estes parágrafos que estarão aqui, amanhã. Pois a cada manhã um sorriso novo é aberto para a vida. A cada manhã as esperanças estão renovadas. A hora de agir chegará, mas não é agora. Que eu espere pela eternidade, que eu perca oportunidades, mas que eu não faça das minhas ações precipitadas. Ou que eu seja inconstante e tente de tudo um pouco. Estou cansado de abrir mão das coisas que me fazem feliz, em troca de um pouco mais de inspiração. Que eu retorne a ser quem sempre fui. Sejamos francos. A hora de agir não é agora, mas poderá ser amanhã.
Talvez, amanhã eu mostre o outro lado da minha vida. A parte, maior, externa, da vida que eu vivo.
Pense o que você quiser. (Y)
Marcadores: Quase-paradoxos
Postado por Dongo às 21:45 0 comentários
quinta-feira, março 10
Em tradução.
"Imagine que cada um aqui deva ter um sonho. Se agente aprender a vê-los, vai descobrir e sentir que eles estão muito perto. Muito perto."
E quem dera que o muito perto fosse mesmo ao alcance das minhas mãos. Meus braços longos, capazes de abraçar todo o infinito, tornam-se frágeis e pequenos para conseguir encontrar, às cegas, esta jóia rara que é o sonho e a sua passagem para realidade. Nem tudo pode ser traduzido para palavras. Nem todas as palavras, inclusive, podem ser traduzidas em outros lugares, outras línguas. Nem todo pedaço de pedra pinta o chão, nem todas as batidas são de coração. Nem tudo que tem fim, tem começo. Toda casca tem o seu interior. Sempre, atrás de uma máscara esconde-se um rosto aflito, aflingido, triste.
Atrás de um nariz, surge um palhaço. Dizendo, recitando e cantando. Nada mais do que eu preciso ouvir. Nada além. Nada daquilo que deveria ser dito, mas que fora, pois é o que o momento pede.
"- E o mundo é perfeito"
E quem dera fosse mesmo tudo perfeito. Seria perfeição se eu olhasse para o lado e pudesse ver aquele par de olhos e o sorriso belo. Dentro do ônibus, que agora viajo solitário e observo o casal da frente contando sobre seus passados, penso em como seria bom ter aquelas mãos macias entrelaçadas nas minhas, cabelos brilhantes espalhados pelo meu peito e cabeça encostada no meu ombro. Sonho ainda não real. A realidade que regrediu e tornou-se sonho novamente.
Seria perfeito se fizessemos qualquer dia o dia do nosso aniversário. Dividíssemos um copo de bebida, um cigarro ou outra droga qualquer, só porque somos jovens. E a canção punk que declama, ironicamente, tudo o que não sai da minha cabeça, poderia ser substituida por uma de amor. Seria gritar para todos e deixar todos sabendo quem manda, quem é dona, quem domina.
Seria perfeito se essas lágrimas que já seriam capazes de formar um rio fossem transformadas em mais um único beijo. Aquele que espero, ainda, todos os dias, todas as noites, na hora em que acordo, na hora em que vou dormir. Te levar comigo poderia ser de carne e osso, não só em sentimento, pensamento. Difundir nossas almas novamente. Meu corpo pede um pouco mais de alma, mas a vida não para para a trasnfusão.
Seria perfeito se eu pudesse traduzir saudade para outras línguas, em outros lugares. Para que eu pudesse dividir este fardo enorme, que carrego e que não suporto mais carregar.
Pense o que você quiser. (Y)
E quem dera que o muito perto fosse mesmo ao alcance das minhas mãos. Meus braços longos, capazes de abraçar todo o infinito, tornam-se frágeis e pequenos para conseguir encontrar, às cegas, esta jóia rara que é o sonho e a sua passagem para realidade. Nem tudo pode ser traduzido para palavras. Nem todas as palavras, inclusive, podem ser traduzidas em outros lugares, outras línguas. Nem todo pedaço de pedra pinta o chão, nem todas as batidas são de coração. Nem tudo que tem fim, tem começo. Toda casca tem o seu interior. Sempre, atrás de uma máscara esconde-se um rosto aflito, aflingido, triste.
Atrás de um nariz, surge um palhaço. Dizendo, recitando e cantando. Nada mais do que eu preciso ouvir. Nada além. Nada daquilo que deveria ser dito, mas que fora, pois é o que o momento pede.
"- E o mundo é perfeito"
E quem dera fosse mesmo tudo perfeito. Seria perfeição se eu olhasse para o lado e pudesse ver aquele par de olhos e o sorriso belo. Dentro do ônibus, que agora viajo solitário e observo o casal da frente contando sobre seus passados, penso em como seria bom ter aquelas mãos macias entrelaçadas nas minhas, cabelos brilhantes espalhados pelo meu peito e cabeça encostada no meu ombro. Sonho ainda não real. A realidade que regrediu e tornou-se sonho novamente.
Seria perfeito se fizessemos qualquer dia o dia do nosso aniversário. Dividíssemos um copo de bebida, um cigarro ou outra droga qualquer, só porque somos jovens. E a canção punk que declama, ironicamente, tudo o que não sai da minha cabeça, poderia ser substituida por uma de amor. Seria gritar para todos e deixar todos sabendo quem manda, quem é dona, quem domina.
Seria perfeito se essas lágrimas que já seriam capazes de formar um rio fossem transformadas em mais um único beijo. Aquele que espero, ainda, todos os dias, todas as noites, na hora em que acordo, na hora em que vou dormir. Te levar comigo poderia ser de carne e osso, não só em sentimento, pensamento. Difundir nossas almas novamente. Meu corpo pede um pouco mais de alma, mas a vida não para para a trasnfusão.
Seria perfeito se eu pudesse traduzir saudade para outras línguas, em outros lugares. Para que eu pudesse dividir este fardo enorme, que carrego e que não suporto mais carregar.
Pense o que você quiser. (Y)
Marcadores: G.B.
Postado por Dongo às 21:12 2 comentários
terça-feira, março 1
Destinatário remetente.
As núvens esconderam o sol que iluminou as ruas durante toda a semana. Assim como o vento frio que destoa num verão quente, o turbilhão de dúvidas rodeia meu corpo à cada passo na calçada, no asfalto e na areia úmida. O cheiro da maresia toma conta de meus pulmões e me fazem quase levitar entre as gotículas lançadas sobre mim, vindas diretamente do mar que observa-me triste e agitado. O clima entende minha aflição e responde da maneira que pode. Empurra-me para frente, para a vida. Quando, então, chega o momento em que o repouso do caderno é a velha mochila e a caneta em punho torna-se um instrumento poderoso de superação.
Uma noite inteira passa, um dia inteiro. Justamente no exato momento em que a terra dá uma volta em torno de sí, a resposta chega a mim. Junto à ela um transe, um frenesí. Lágrimas soltas como pétalas de flores no outono. A resposta divina para minha súplica. A luz indicando o caminho que devo tomar. Seca minha tristeza personificada em sal, pois o mar também chora comigo. Espalha seu choro, quase me fazendo levitar, em torno de mim.
A carga:
"Porque sinto-me assim, tão infeliz? Será que esse sentimento não passa? Será que nada vai ocupar um espaço vazio? Existe mesmo algo infinito, eterno? Porque coisas acontecem todas sempre ao mesmo tempo? Como se vive incompleto, ou parecendo incompleto? Será que pessoas que se foram retornam? Será que existem coisas que morrem e voltam a criar vida? Qual será a essência da vida?
Não consigo entender porque os dias passam mais lentos e as questões ainda continuam sendo as mesmas sempre. Consigo ver o progresso nítido em minha vida, coisas acontecendo e me fazendo crescer. Mas continuo ainda tão pequeno, mudo, surdo e cego. Vejo todos fazendo as coisas em função de mim. Vejo-me no centro de muitas coisas, mas não consigo ser nada mais do que uma pequena referencia.
E, quieto, absorvo todo o mal. Canalizo toda a tristeza, avareza, tudo. E, quando a bexiga explode, não sai nada de bom. Sorrir está a cada dia mais difícil. Viver está cada dia mais doloroso. Onde está minha ajuda? Quem pode me defender nessas horas? Será que alguém tem poder de cuidar de mim e de me proteger? Se houver, suplico o amparo."
Uma volta em torno de sí. No mesmo lugar, a resposta que foi enviada, voltou com suas perguntas magistrais.
A resposta:
"Não pode perder o sorriso que estampa nesse rosto, jamais. Não pode fraquejar diante de qualquer problema, diante de qualquer obstáculo. A glória é mais intensificada em caminhos mais sinuosos e difíceis. Você é uma excelente criação. Um filho especialmente querido. Se os holofotes estão virados para você, é porque sua alma está preparada para isso. Talentoso ao extremo. Já reparou na facilidade que você tem em cativar as pessoas? Então porque segue o rumo ao contrário? A cada sorriso que deixa de dar, perde muito mais do que sua alegria. Perde um sorriso em troca.
Acha mesmo certo que qualquer um pode tirar o que você tem de melhor do seu rosto? Pra que foi te dado um sorriso tão bonito e generoso, se você não quer usá-lo? Porque tanto medo de se ferir? Não há vitória sem sofrimento ou luta. Não se pode ganhar tudo, nem ser o melhor sempre. Mas quando há fé, as coisas mudam. Realmente ela muda. Sua fé é pequena ainda, mas tão intensa. Graças à perda, você se aproximou do toque e da sabedoria de quem sempre olha por você. Não se encontra respostas soltas ao ar. Elas estão sempre estampadas diante dos seus olhos. É sempre tão simples!
Pare de maximizar os problemas. Se um ambiente não é favorável, torne-se o ambiente. Você é o centro do universo que te rodeia, sempre. Sua capacidade de mudança é extraordinária. Será que ainda não se deu conta de quantos quadros você já reverteu quando manteve a calma? Será que não se deu conta de quantas coisas positivas há causou com um simples olhar, com um simples gesto ou gentileza?
Levante a cabeça e sorria. Sempre sorria. Nunca deixe que tirem de você o que tem de melhor, o que faz você ser o melhor. Nunca deixe de usar sua melhor arma. Pois é assim que conseguirá tudo. Perdoe-se e jamais se culpe. Busque, reaja. Vença. Ninguém melhor do que você é capaz disso. Se algo não cabe mais em sua vida, não se definhe. O que morre não volta a nascer, mas coisas novas nascem e ocupam seu lugar no seu devido tempo. Não já ficou claro que fugir não é a solução? Criar raizes também é um ato de extrema coragem. E o adubo dessa terra é o que você tem de melhor. E a água para esse broto é o que você tem de melhor. A felicidade é somente os frutos. Leva tempo, dá trabalho. Vai esperar mais para começar?"
A resposta é a pergunta da resposta que virá. E o mesmo punho que escreveu a resposta, escreveu a pergunta dela. Em meio ao transe, ao frenesí. Pergunto-me até agora se fui eu mesmo quem escrevi minha própria resposta. Mas acredito mais ainda que alguém me protege nos momentos de solidão. À partir deste momento, no entanto, não importa o que aconteça, não deixarei de usar o que eu tenho de melhor. O que me faz cativar todos e ser o máximo que posso.
Pense o que você quiser. (Y)
Uma noite inteira passa, um dia inteiro. Justamente no exato momento em que a terra dá uma volta em torno de sí, a resposta chega a mim. Junto à ela um transe, um frenesí. Lágrimas soltas como pétalas de flores no outono. A resposta divina para minha súplica. A luz indicando o caminho que devo tomar. Seca minha tristeza personificada em sal, pois o mar também chora comigo. Espalha seu choro, quase me fazendo levitar, em torno de mim.
A carga:
"Porque sinto-me assim, tão infeliz? Será que esse sentimento não passa? Será que nada vai ocupar um espaço vazio? Existe mesmo algo infinito, eterno? Porque coisas acontecem todas sempre ao mesmo tempo? Como se vive incompleto, ou parecendo incompleto? Será que pessoas que se foram retornam? Será que existem coisas que morrem e voltam a criar vida? Qual será a essência da vida?
Não consigo entender porque os dias passam mais lentos e as questões ainda continuam sendo as mesmas sempre. Consigo ver o progresso nítido em minha vida, coisas acontecendo e me fazendo crescer. Mas continuo ainda tão pequeno, mudo, surdo e cego. Vejo todos fazendo as coisas em função de mim. Vejo-me no centro de muitas coisas, mas não consigo ser nada mais do que uma pequena referencia.
E, quieto, absorvo todo o mal. Canalizo toda a tristeza, avareza, tudo. E, quando a bexiga explode, não sai nada de bom. Sorrir está a cada dia mais difícil. Viver está cada dia mais doloroso. Onde está minha ajuda? Quem pode me defender nessas horas? Será que alguém tem poder de cuidar de mim e de me proteger? Se houver, suplico o amparo."
Uma volta em torno de sí. No mesmo lugar, a resposta que foi enviada, voltou com suas perguntas magistrais.
A resposta:
"Não pode perder o sorriso que estampa nesse rosto, jamais. Não pode fraquejar diante de qualquer problema, diante de qualquer obstáculo. A glória é mais intensificada em caminhos mais sinuosos e difíceis. Você é uma excelente criação. Um filho especialmente querido. Se os holofotes estão virados para você, é porque sua alma está preparada para isso. Talentoso ao extremo. Já reparou na facilidade que você tem em cativar as pessoas? Então porque segue o rumo ao contrário? A cada sorriso que deixa de dar, perde muito mais do que sua alegria. Perde um sorriso em troca.
Acha mesmo certo que qualquer um pode tirar o que você tem de melhor do seu rosto? Pra que foi te dado um sorriso tão bonito e generoso, se você não quer usá-lo? Porque tanto medo de se ferir? Não há vitória sem sofrimento ou luta. Não se pode ganhar tudo, nem ser o melhor sempre. Mas quando há fé, as coisas mudam. Realmente ela muda. Sua fé é pequena ainda, mas tão intensa. Graças à perda, você se aproximou do toque e da sabedoria de quem sempre olha por você. Não se encontra respostas soltas ao ar. Elas estão sempre estampadas diante dos seus olhos. É sempre tão simples!
Pare de maximizar os problemas. Se um ambiente não é favorável, torne-se o ambiente. Você é o centro do universo que te rodeia, sempre. Sua capacidade de mudança é extraordinária. Será que ainda não se deu conta de quantos quadros você já reverteu quando manteve a calma? Será que não se deu conta de quantas coisas positivas há causou com um simples olhar, com um simples gesto ou gentileza?
Levante a cabeça e sorria. Sempre sorria. Nunca deixe que tirem de você o que tem de melhor, o que faz você ser o melhor. Nunca deixe de usar sua melhor arma. Pois é assim que conseguirá tudo. Perdoe-se e jamais se culpe. Busque, reaja. Vença. Ninguém melhor do que você é capaz disso. Se algo não cabe mais em sua vida, não se definhe. O que morre não volta a nascer, mas coisas novas nascem e ocupam seu lugar no seu devido tempo. Não já ficou claro que fugir não é a solução? Criar raizes também é um ato de extrema coragem. E o adubo dessa terra é o que você tem de melhor. E a água para esse broto é o que você tem de melhor. A felicidade é somente os frutos. Leva tempo, dá trabalho. Vai esperar mais para começar?"
A resposta é a pergunta da resposta que virá. E o mesmo punho que escreveu a resposta, escreveu a pergunta dela. Em meio ao transe, ao frenesí. Pergunto-me até agora se fui eu mesmo quem escrevi minha própria resposta. Mas acredito mais ainda que alguém me protege nos momentos de solidão. À partir deste momento, no entanto, não importa o que aconteça, não deixarei de usar o que eu tenho de melhor. O que me faz cativar todos e ser o máximo que posso.
Pense o que você quiser. (Y)
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