segunda-feira, julho 19

Sonhos e realidades.

Uma avalanche de confusão me enterrou na cama fria e pouco aconhegante, onde me encontrava há instantes atrás. Assombrado por incertezas e longa espera, o caminho árduo pelo qual pretendo percorrer parece ainda mais estreito, serpenteando entre a densa floresta de dores, tristezas, solidão.
É quando fecho os meus olhos e deixo-me levar pela sonolênica, ironicamente, sinto-me mais preso e sufocado. O mesmo momento de êxtase que, no passado, parecia me dar asas e não ponderava limites para as viagens, as companhias, agora é o momento de maior aflição. Os sonhos se tornaram paredes e grades rígidas, mantendo-me refém de situações inexplicavelmente reais.
Tenho sonhado com a minha realidade somente. Os sonhos antigos, metas antigas se foram. Agora são as vozes que eu prefiro ignorar quando estou acordado que ecoam na minha cabeça quando durmo. A pressão de cumprir as promessas, de concretizar desejos, de encarar de frente os leões rugindo burocracia. Saber que não sou mais forte o suficiente para saber até onde posso aguentar tanta expectativa, tanta aflição e, diante disso, passar a viver um dia de cada vez, uma hora de cada vez, um minuto de cada vez. Torcer para que o gás do fogão acabe antes do leite transbordar e assim, somente dessa maneira, poder repousar em paz.
Conforme as noites passam, os dias continuam calmos e serenos. Todas as preocupações eu simplesmente deixo fora da minha mente sofredora pelos sonhos carrascos. Prefiro, enquanto tenho pleno poder da mente, sonhar acordado todos os sonhos que há tempos só vinham durante a madrugada. Tento pensar somente de forma positiva, otimista, idealizando todas as coisas cujo quero alcançar. Fertilizando a minha pobre alma para que, quando a lua reinar no céu, eu possa sofrer um pouco menos que na noite anterior.
Talvez eu quisesse mesmo não dormir mais. Pois os meus sonhos não têm me confortado como outrora fez. Não me ajudam a acordar disposto, mas sim temeroso, sensível e insano. Como um monstro irracional eu guardasse e que agora parece querer acordar. Uma aberração que poderia ferir todos e destruir tudo ao meu redor. Logo, me destruiria de igual forma.
Mas já que não tenho poderio de enganar o sono e o cansasso, mesmo sabendo que mais pesadelos virão e mais da minha vitalidade e harmonia eles levarão, tento incansavelmente sonhar enquanto estou de olhos abertos. Ao menos me sinto imponente, impenetrável, invulnerável por pequenos instantes, reunindo mais um punhado de força para viver o dia que virá.




Pense o que você quiser. (Y)

0 comentários:


Blogger Layouts by Isnaini Dot Com. Powered by Blogger and Supported by ArchiThings.Com - House for sale