quinta-feira, setembro 16

Mais um mês.

O tempo é complicado de entender. A relatividade foi descrita com ele, mas nem o cientista tem a exata noção do quanto ele pode ser perturbador na vida de um poeta. Se imaginação vale mais do que conhecimento, quem escreve deixa de lado ambos e passa a valer somente aquilo que está dentro do peito. Os segundos são os batimentos cardíacos, os ponteiros são as artérias e veias. O despertador é a dose de adrenalina injetada e toda a perturbação que contagia o corpo a cada passo e olhar daquela que sentimos saudades de ver. E a saudade é, ao mesmo tempo, a pilha que move tudo e a ausência dela que faz o relógio "morrer". E em meio a tantas certezas e incertezas, os paradoxos são infinitos, mas que, como tudo, sempre tem um final.
Ao mesmo tempo que durou uma eternidade, esses últimos trinta dias passaram como um carro da Nascar. Enquanto muito aprendi nesse último período, de nada ainda continuo a saber. Assim como caminhei com passos largos, não saí do lugar. Lembrando sempre tudo aquilo que fiz questão de esquecer à cinco minutos atrás e que esquecerei nos próximos cinco, pra lembrar daqui a dez e seguir a minha vida.
Não sei como se faz pra apagar aquilo que está tatuado na pele. Não sei como se consegue mentir para nosso interior e nos convencer de que "o que passou, passou". De que adianta encerrar ciclos se eles ainda estão presos dentro de nós com amarras grossas e cadiados gigantes? Há coisas que, por mais que tentamos com todas as nossas forças, não conseguimos apagar.
Em meio de acertos e tantos "erros", muitos dos quais anseio descobrir, busco, ao menos, uma plenitude temporária. Busco conhecer o meu interior e tentar desvendar em mim um lado pecador e, também, misericordioso. Se sofremos por acreditar que não há perdão para certos atos e atitudes, porque não nos perdoamos primeiro? Ou porque não buscamos o perdão?
Talvez haja ainda muito para a evolução da humanidade. Aprender que o orgulho nem sempre é necessário e que quando abrimos mão de algo, não só deixamos de ver o fim, mas também de fazer parte dele. Perder é e sempre será melhor do que desistir. O essencial é e sempre será invisível aos olhos. Palavras jamais valerão mais do que sentimentos.
Logo, se um dia eu puder ver mais uma vez aquele par de olhos, mesmo tristes, mesmo cansados, eu descobrirei o que há diverdade dentro da janela de sua alma.





Pense o que você quiser. (Y)

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