segunda-feira, outubro 31

Salvando almas.

Não pode chover todos os dias. O sol também há de brilhar. O céu também há de se abrir, de sorrir, de mostrar e se mostrar grandioso. A tristeza não dura para sempre. O medo não assombra periodicamente. Não há forma, cheiro, gosto. Não há resposta estampada nesse rosto de faces distintas. Assim como os lados da moeda que gira no ar antes de definir um vencedor. Antes de mentir, diga a verdade. Somente a verdade, nada mais que a verdade.
Digo que temo. O temor me faz sair do chão, de ódio e de desespero. As palavras cessam e a cada tentativa frustrada de dizer qualquer coisa que está presa dentro desta mente inconstante, é uma dor terrível. Como seria tudo mais fácil se as coisas ruins de nossas vidas fossem expulsas com detergente. Como eu gostaria de desengordurar toda a minha mente imunda, indiscreta e alucinada. Como eu queria fechar os olhos e não conseguir enxergar o futuro.
Ventos ruins sopram em minha janela agora. Aperta o peito a tranca da sensibilidade. Não consigo pensar, não consigo agir e tão pouco reagir a nada. Passivo, omisso, preso, pequeno, infértil. Não sou nada mais do que um ser no meio de tantos bilhões. Um ponto invisível visto do céu, visto da tempestade. Que caia um raio sobre minha cabeça. Que molhe os lenços e os lençóis com estas lágrimas batidas, rendidas. Que seja salva a minha alma.
Luz, clarão.
Já pensou na possibilidade de fazer diferente à partir do agora? Já se olhou no espelho e viu um derrotado? Já pensou em enxugar as lágrimas que estão caindo, ainda, sem motivo? Então porque não tenta? Porque não luta mais? Porque não se ajoelha e junta forças em uma única palavra para se levantar e começar a encarar de vez essa verdade. Perigos sempre existirão, dúvidas também. Mas na dúvida das dúvidas, porque não criar uma própria certeza? Aquela mesma que já fora criada anteriormente e que somente quem consegue o entendimento, quem consegue olhar para a luz, encontra. Pense no quanto de bom foi feito em toda essa estrada. Pense positivo, pense à diante.
Houve um homem que desbravou o medo e não temeu pela morte. Saiu com sua espada desembainhada e trespassou todos os monstros. Venceu e foi vencido somente pelo cansaço e pela necessidade de recomeçar. A luta pela vida é eterna, até a própria morte chegar. Quero ser como este guerreiro. Quero vencer meus próprios medos, dobrar o impossível ao meio. Só eu sei o quanto além posso ter e posso querer. Somente eu posso mudar os planos, mudar meu próprio futuro.
Eu não vou cair. Eu não vou perder. Eu não vou desistir. Eu não vou me render.

"Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido." Salmos 91:7
"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo." Salmos 23:3


Pense o que você quiser. (Y)

segunda-feira, outubro 24

Lovely Message.

Dear Mônica,

It's a pity we can't see ourselves. I don't like this distance between us, the short time to talk to you. I didn't answer your e-mails because I'm working 24-7. My life is very busy and I miss you every single day. I wanna take back your body close to my body, your lips kissing my cheeks. Living away from you is so hard, but it takes.
I'm counting the days for you to finish the college and come to live here with me. My family is waiting for you too. When I look at the empty bed, I think "Why are you so far?" Living alone is very sad.
If I can´t read your answer after this message, don't worry. I am preparing a surprise for you soon. I don't want to write anything more because I'm almost crying.

 I love you.



Think what you want. (Y)

sexta-feira, outubro 21

Violeta.

Escrever, escrever, escrever e escrever. Nunca mais tive em mãos aquele papel amarelado, tinta fresca e idéias renovadas. Nunca mais pus a mão naquele livro imaginário em que tudo sobre minha vida eu escrevi, escrevi, escrevi e escrevi. O violão envergou, perdeu o som. Arrebentaram-se as cordas como o despertar de um sono daquele sofá. Sonho bom, este. Porque escrever é uma desculpa esfarrapada para dizer que é mentira tudo aquilo que não é e desmentir tudo aquilo que pode ser. Não pode ser. Não. Pode-se ver, sentir e imaginar.  
A sina daquele andarilho que consegue compreender, mas não consegue explicar, o persegue em estradas, trilhas, linhas e entrelinhas. Cada frase é uma nova estrada e cada parágrafo é uma bifurcação. A maravilha de escrever, escrever, escrever e escrever é justamente a opção de ser o que quiser, dizer o que quiser e fazer o que quiser sem deixar de ser, dizer e fazer nada sem sinceridade. A busca, esta eterna busca pelo entendimento, passa a ser somente uma ponte para todo o El Dorado do saber. Se não sabemos respostas, criamos nós mesmos. Escrevendo, escrevendo, escrevendo e escrevendo.
Que assim seja. Meus dedos, já roxos e amassados, suportam até sangrar para conseguir a grande conclusão. Que ser seria essa? Pra que entender a sã loucura de um louco são e salvo pelo instinto intelectual criado pelo Criador? Feito de sua imagem e semelhança. Confuso, irregular, imperfeito e frágil? Ou será que somente nós, pobres seres humanos, estamos deixando de crer na energia que move montanhas dentro de cada um?
Testa suada, olhos fechados. Escrevo certo por linhas tortas. A definição de certo sempre será daquele que escreve. Não que eu queira ou ache que eu seja mais do que eu sou, mais do que carne e osso. Não sou pai, nem santo espírito. Sou filho, imagem e semelhança. Sou farto, forte, viril. Caridoso, cuidadoso, atencioso e gentil. Sou gente, cidadão, ser humano. Sou todo este paraíso que se encontra em mim, “nova-mente”.
Sou aquilo que escrevo, escrevo, escrevo e escrevo. E mais. Em minhas mãos, nada mais e nada menos, há uma espada que desafia o desconhecido e o inimaginável. Folha amarelada em branco, sedenta por tinta fresca e idéias renovadas. Sedenta e faminta por mãos canibais, para que possa rasgá-la e reciclá-la, para que se possa fazer mais um ciclo insano literário. Para que se possa mais e mais escrever, escrever, escrever e escrever.
Pois escrever é, simplesmente, dizer. Não é, nunca, falar.


Pense o que você quiser. (Y)

terça-feira, outubro 11

Dez considerações.

São à partir de pequenas ações que grandes feitos são alcançados. Pequenas peças de quebra-cabeças formam um desenho lindo, mágico e magnífico. São de mangas arregaçadas que vive um trabalhador. Mãos à obra, pois temos muito trabalho pela frente.
Quando aceitamos a condição da espera, esta pode ser longa. E quando desencontros são comuns em nosso cotidiano, justamente é para que o encontro possa acontecer de forma longínqua e duradoura, na melhor da pior das hipóteses. As esquinas de uma noite quente de início de verão passam a ser um martírio, para um coração ansioso em bater e braços ansiosos em abraçar. Lábios ansiosos em moverem-se para dizer qualquer bobagem. A mente trabalhando ininterruptamente, de mangas esgarçadas, não para de pensar naquele telefonema, durante a manhã. Como um choro de um alguém desconhecido pode tanto tirar a concentração, eu não sei. O que mais me intriga é o fato de, com um único olhar saber e conhecer o íntimo daquele ser que sangra cristalino e salgado de dor. Não só de dor, mas de dor, de perda e de ausência.
Entendo como é essa dor. Entendo, também, que esperar nunca foi um de meus melhores dons. Entretanto, a vida é imposta e composta por desafios. Naquele sonho que mais tarde descobriria ser um déjà-vu, não conseguia me recordar da forma, da cor do cabelo ou da voz. Mas o olhar marcou tanto minha memória que eu poderia reconhecê-lo em milhas de distância.
Reconheci.
Conheci nos olhos sofridos mais do que uma razão de viver. Passei a ser uma opção de prioridade, talvez. Não houve lição mais correta do que aquela que, há muito tempo atrás, um capitão disse para seu marujo mais aplicado. O conselho em que dizia que a razão de viver consiste em sofrer. Pois para cada vez que você sofre por conta de uma determinada situação, é porque se não vivenciássemos todos esses infortúnios não teríamos os baús de ouro e todas as recompensas no final dos mares.
Sei bem como é este sofrimento. Sei bem como é perder. Contudo, perder, hoje, fez com que eu percebesse que é preciso se permitir. Mais do que se permitir é ajudar a enxugar as lágrimas de quem nem conhecemos, mas que queremos muito o bem.
A dona daquele olhar, que eu reconheceria a milhas e milhas de distância.



Pense o que você quiser. (Y)  

terça-feira, outubro 4

Cor, ação.

Aquela maquina de fotografar não registrava mais momentos bons. Paisagens eram vagas lembranças de um rapaz olhando para um coqueiro, com um horizonte em pôr-do-sol. Cor de arco-íris, visto da varanda de um salão de beleza, da periferia, com delicadeza. Passaram-se dias, semanas, meses e anos. Passaram luas minguantes, novas, crescentes e cheias. Coração ainda vazio, sempre só, sem preservação. Onde ele estará?
Pensei que vivia sem meu coração. Pensei que meu coração era mesmo aquele que recortei de uma folha de caderno, pintei com uma caneta azul brilhante e dei. Transplantei meu coração e o transfundi em uma composição de sentimentos fortes. Quando meu presente mais singelo foi guardado dentro de uma gaveta e, aparentemente, esquecido, sofri e achei que o perderia para sempre. Achei que ele não estaria mais comigo, me completando, me preenchendo. Enchendo meu peito e circulando toda estas misturas e composições. Onde ele estaria?
Entretanto, depois de tanto tempo, senti meu coração sofrido bater.
Achava que ele não estava mais dentro de mim. Até minh'alma mandei buscá-lo. Mas ele estava, esteve, sempre adormecido, querendo voltar a pulsar todas essas composições e sensações especiais. Repentinamente o corpo voltou a corresponder às preces, aos comandos, e os olhos viram o que nem o mais puro dos corações poderia não sentir. Encontrar aqueles olhos olhando sem medo diretamente para os meus, fez como um desfibrilador. Minhas pernas tremeram como treme a base daquele liquidificador que mistura todas as frutas ao leite, às sensações ímpares que retidas ficaram e ficarão até toda a eternidade. Eterna é esta, a classe dos românticos, dos que sofrem e querem. Dos que gritam e gritam. Dos que, mesmo achando que jamais amem novamente, podem voltar a sentir a mesma euforia do primeiro encontro, do primeiro abraço.
Esta foi a primeira vez, com ela foi a primeira. E a primeira coisa dita ao copo do bar, amigo do peito, da garrafa vazia, foi um "estou apaixonado" quase inaldível. Olhar naqueles olhos me fez perceber que olhar para frente também pode ser uma boa saída para deixar para trás o vago intuito de fazer o coração, de cor e de ação, sentir o que os filósofos explicam - ou tentam - com textos extensos. Uma chance, aquela que há tanto ansiei. Chegou até mim, com aroma doce, voz melódica e toque suave.
Coração, idiota, este. Sem ação, sem cor. Sem denominação. Simplesmente aqui, vivo, bombeando aqueles meus mais íntimos sentimentos. Fotografando, novamente, meus bons melhores momentos.



Pense o que você quiser. (Y) 


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