terça-feira, fevereiro 15

Caneta na mão.

Silêncio.
Quem me dera, nessa vida, se realizasse metade dos meus sonhos. Se realizasse, somente, uma pequena parte dos objetivos que almejo. Mais uma vez, de súbito, pego minha mochila e ponho-a nas costas, num ritual quase que diário. Parto, logo, rumo ao meu cotidiano: Rumo ao nada. Pois estou livre pra poder fazer todas as coisas que quiser. Observo as fotos da minha infância e vejo como passa rápido o tempo. Aprendi a não depender das mãos de meus pais para atravessar a rua e, agora, atravesso a vida sem parar de andar um único momento. Pois o tempo não para, nunca.
Mas porque sempre olho para trás? Porque essa impertinente mania de querer ver ao horizonte tudo aquilo que passou? "The past is only the future with the lights on." Será que a resposta é mesmo essa? Não sei. Ou, talvez, até saiba muito bem. O que passou já não importa, mas as lições deixadas são marcantes e eternas. E se ainda penso em como aquela voz, aquele sussurro ou aquela gargalhada ainda me trás lembranças boas, percebo que assim como o tempo passa, as coisas mudam. As pessoas mudam. E, mesmo sendo sempre elas mesmas, jamais tornarão a ser quem foram um dia.
Aprendi muito mais coisas do que chorar e me comover com qualquer ato de amor, cumplicidade ou heroísmo. Aprendi a manipular a minha própria verdade. Ser transparente ao ponto de tornar as coisas ocultas sob essa tal transparência. É o benefício da dúvida. Sempre foi assim. Agora não preciso mais de canções para me derreter em lágrimas e soluçar. O choro vem do canto da alma, da maldição que roguei a mim mesmo. E isso não é uma reclamação. Isso não é uma fraqueza, também. É uma força sobrenatural que fora causada pelo sacrifício. Se valerá à pena eu não sei, mas se já me sinto um tremendo bobo por tudo que um dia fui capaz de fazer, o que me custa ser um palhaço completo?
Houve uma história daquele palhaço de nariz azul, mas esta, deixo pra contar outro dia.
E, agora, o que eu faço com toda essa saudade que me assola? " - Mate-a!" , diz o sábio. Eu já tentei, mestre. Quis aproximar este corpo doente e frágil de sua alma que vigora em algum lugar depois das chaminés, depois dos eucaliptos. Entretanto, quando mais próximo do meu objetivo eu chegava, mais longe ele parecia estar. A caixa de pandora continua guardada em meu armário, contendo todos os utencílios que um dia eu prometi dar. O que acontece é que não importa o que aconteça, sempre haverão promessas que não poderão ser cumpridas. Não podemos nos cobrar tanto, pois somos seres humanos. Então eu espero. Fé e esperança nunca me faltaram mesmo. Aguardo ansiosamente um momento em que eu possa perceber que há uma brecha para tentar denovo.
Enquanto isso eu vou vivendo. Tão intensamente que chego a não ter mais tempo para dormir. Ou porque não quero mais dormir. Qualquer dia eu conto um desses sonhos sublimes que presencio dentro de minha própria mente. Agora faço coisas que todos duvidariam que eu fizesse. Mas eu não conto essa outra parte da minha vida. Deixo apenas registrado, sempre, tudo aquilo que mais interessa. A única coisa que eu ainda mantenho pura dentro de mim. "Eu te amo."



Pense o que você quiser. (Y)


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