terça-feira, fevereiro 8

Responsável por aquilo que cativa.




Tive tantas coisas pra dizer, durante todos esses longos dias em que deixei de lado o papel e a caneta. Deixei de lado a minha principal arma contra essa solidão que, a cada dia que passa, toma mais conta de mim. Talvez esteja eu em uma redoma de vidro. Talvez eu seja mesmo o intocável, o sensível em demasia. Talvez seja eu, entretanto, aquele adulto tão insensível e incompreensível. Os dois extremos. As duas verdades e as duas mentiras.
Talvez, a vida seja mesmo uma canção. Pois não precisamos de muitas palavras para compreender o que sentimos. Cada doce letra se encaixa perfeitamente em cada lacuna mal ou não preenchida em nossas vidas. Cada estrofe traduz exatamente àquilo que queremos, que precisamos ou que almejamos, de certa forma. Há certas coisas que não sei dizer com clareza, mas memos assim tento. Mesmo assim tento expôr toda a força magnífica de melodias tão puras quanto o sorriso e a insistência de uma criança, que jamais permite que uma pergunta não seja respondida.
Respostas sem perguntas é o que mais há de comum em nosso cotidiano. Tudo é tão corrido, que o fim chega muito antes do próprio início. E, depois que algo termina, começa um sentimento novo, tão sublime e concreto que às vezes parece até magia. Como pode um amor se perpetuar desta maneira? Como pode o sono ainda se perder dentro do quarto e os olhos vazios encherem-se d'água enquanto assiste àquele filme em que há um homem que não desiste dos seus sonhos, mesmo quando o mundo parece lhe virar as costas? Como pode se comportar um ser que ainda sente dentro de sí todas as batidas daquele coração, ouve todos os sussurros à noite e lembra, mesmo quando não quer, daquilo que um dia fora momento bom.
Sábio menino, príncipe, viajante. Sábios os que o rodearam e aconselharam. Mesmo não entendendo nada daquilo que estavam dizendo e fazendo, amadureceram as idéias. Porque temos de chorar quando cativamos alguém? Porque a saudade existe? Amar não é olhar um para o outro. Mas pra onde estamos olhando agora? Pra onde eu posso olhar e poder ver?
O essencial é invisível aos olhos. Mas não se pode haver perguntas sem respostas. E, se há tantas interrogações em tudo que é escrito aqui, é para provar que as respostas existem. Muitas vezes, elas são as mais óbvias e estão evidentes. Só se vê bem com o coração. Ver com o coração, sentir com o coração e imaginar com todo o coração que lhe cabe, que cabe seu amor e sua amada. Minha amada, meu amor.
Tanto tempo somente pensando, pra não chegar a conclusão nenhuma. Não chegar a lugar nenhum, mesmo caminhando incansávelmente pela estrada que não me leva a nada, à não ser um futuro desconhecido e, talvez, um pouco feliz.
As respostas são as perguntas das respostas que virão.




Pense o que você quiser. (Y)

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