quarta-feira, julho 21

Pier, vinho e violão.

Passam as horas, passam os dias e mais um ano entra sem ao menos perceber o tanto tempo que já se foi. Passa a garrafa, passa a bola! Joga, joga! Passa aquele abraço apertado do reencontro pra cá! Passa aquele sentimento de euforia e passa, também, todas as fofocas que estamos todos cansados de saber. Relembra aquelas históias que nós sabemos na íntegra, pois estávamos presentes em muitas delas, mas mesmo assim não nos cansamos de ouvir!
A vida vai passando e com ela se vai lentamente nossa juventude. Agora podemos enxergar o mundo um pouco menor, pois nossos olhos aumentaram o campo de visão e a mente já tem perspectivas amplas. Passam os amores, passam as vontades. Passa o presente pra virar passado. Ficam a memória e a saudade daquilo que não voltará para nos alegrar novamente. Entretanto, assim como há momentos que jamais retornarão, existem as pessoas cujo momentos esses foram compartilhados que sempre voltarão dispostos a novas histórias. Gente como eu, que não tem vergonha do simples, não faz questão de muito, se não a presença daqueles que realmente nos fazem brilhar e sentirmos-nos únicos.
Passa o violão pra eu tocar a saideira! Vou tocar aquela que todos cantam juntos, sempre. A canção de um jovem aventureiro que aprendeu com as coronhadas da vida, mas agora é capaz de compreender e distinguir o certo do "serto" e o "serto" do errado. Dedilhar os acordes que cessam todos os pensamentos maléficos à alma. Que acalma e trás sorrisos, trás lágrimas também. Que nos faz durante poucos minutos parecer que vivemos num mundo como "nova-mente", onde os problemas são tão minúsculos que sequer parecem existir.
Eu sempre vejo pessoas infelizes buscando sua felicidade em lugares tão distantes. Eu já fui um infeliz destes, achando que não poderia contar com a cumplicidade e carinho de um próximo semelhante. Mas isso foi há muito tempo. Apos acordar com a ressaca e a cabeça latejante de uma noite anterior no pier, com violões e uma galão de vinho barato, eu percebi que a dor que parecia furar o crânio era a mesma que movia a minha boca à um sorriso largo, aquele que eu guardo só para momentos especiais.
Mas não foi o pier, a música, ou mesmo o vinho que me fez sentir assim. Não bebi sozinho, não cantei sozinho. E mesmo que não houvesse bebida e canções, a minha felicidade seria a mesma. Sentiria-me saciado de igual maneira. Pois em cada um ali presente naquela noite, um pouco de mim deixei e um pouco deles coletei. Sei que cada um estava sem as máscaras do cotidiano que costumamos colocar por diversos motivos. Não por falsidade, mas por proteção. Alí não havia esse tipo de coisa. Cada um era aquilo que reamente é.
Momentos como esse não acontecerão novamente. Jamais haverá outro dia como aquele, com as mesmas pessoas, com o mesmo vinho. Mas se haverá algo que sempre estará presente, essa é a minha grande descoberta: Que eu sou feliz e que o que pode parecer pouco ao olhos de muita gente, é impressindível para mim. E, mesmo que daqui a algum tempo alguns desses não puderem estar presentes, sei que outros estarão. Não para tomar o lugar de quem já esteve, mas sim para somar e aumentar o cíclo.


Dedicado à: Kado, Paulinho, Higor, Caio, Gustavo, Pedrinho e todos os brothers que não estavam presentes em corpo, mas que foram lembrados e não terão seus espaços ocupados jamais.

(21 de Julho. Dia do Brother)
Pense o que você quiser. (Y)

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