segunda-feira, janeiro 10

Em tom de despedida.

O sono se foi. Com ele, se foi a vontade e o ânimo de acordar no dia seguinte. Pois de que adianta conseguir, a muito custo, separar todos os pequenos problemas cotidianos e acordar motivado, acreditando que o dia que vem será promissor, se, por mais que nos esforçamos ao máximo, as pessoas ao nosso redor duvidam de nossas capacidades? Pois de que adianta reagir e agir, levantar e lutar, se o nosso flanco está frouxo e os escudos não estão presentes para bloquearem as flechas inimigas? De que adianta rolar a bola, se não há companheiro de time, se nem time há? Se é você, sua confiança e suas ilusões?
Um novo dia amanhece. Deito-me, agora, na hora em que deveria estar despertando. O sono se foi. Há dias, há meses. E a tristeza acorrentada ao coração corroído e arranhado, agora descança. Agora, recebe a companhia de mais uma ilustre. E assim o corpo torna-se mais pesado, mais cambaleante. Mesmo assim, ainda sigo firme.
Enquanto nos mantemos presentes na vida e na rotina, as pessoas para quais somos fundamentais, muitas vezes sequer notam. Talvez não compreendam ainda o valor da boa educação, daquele rapaz sempre solícito que está a disposição de andar na contra-mão para ajudar. Por mais que nem sempre acerte, por mais que nem sempre ajude. Mas não. O abandono é o troco, a arrogancia é o pagamento e a ignorância a resposta. Desiludido e entristecido estou, pois basta eu querer fazer algo de melhor para as pessoas que tenho um mínimo afeto que seja, que a resposta negativa vem de imediato.
É verdade quando dizem que ninguém é insubstituível. Ainda mais quando se trata de mim. Qualquer um pode ocupar os cargos pelos quais fui excluido. Mas o que ninguém ainda parou para prestar atenção, abrir os olhos, é o óbvio fato de que cada pessoa nesse mundo é única. Por mais que alguém possa tomar o lugar que eu conquistei, jamais fará as mesmas coisas que eu ou terá um zelo e atenção igual. Pode até fazer um bem melhor e diferente. Mas e se não fizer? Porque arriscam tanto?
Não precisam mais confiar em mim. Estou de partida. Cansei. Acho que sou muito para permanecer num lugar em que, por melhor que possa parecer, não me faz mais feliz como já me fez. O horizonte me chama e me receberá de braços abertos. E eu vou, pois somente damos valor às pessoas quando elas realmente não fazem mais parte de nosso cotidiano.



Adeus. (Y)

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