sexta-feira, janeiro 20

Amor e nada mais.

Talvez pudesse mesmo deixar para dizer e escrever amanhã tudo aquilo que me aconteceu hoje. O amanhã é o oposto do oposto, a face da face. A essência e o saber. Ontem não me foi dado de bom grado fardo este que desempenho hoje, o de descobrir que o amanhã não poderia ser diferente do que pudera ser no amanhã de ontem. Se ontem o amor fora mesmo aquela dádiva divina, o amanhã servirá somente para que me faça provar do novo, de novo, deste tempero fabuloso e, ao mesmo tempo, veneno mortal.
Hoje não sinto mais o cheiro dos cabelos que ontem senti. Da mesma forma em que não escrevo as mesmas cartas, ouço as mesmas músicas. O amanhã virá e mudará meu caminho. Fará com que eu retorne para o mesmo caminho que viajei ontem e antes do antes do ontem, quando o amanhã, que hoje é o hoje, era apenas algo que julgava jamais acontecer: Ter eu um coração partido, remendado e remendado como novo, de novo.
Será que amar é ter a mesma graça do outrora? Ser soneto, ser sinfonia?
Perceber que o todo é um quebra-cabeça de tão grande complexidade é o mesmo que perceber que os olhos mudam com os olhares, que as bocas mudam a fala com expressões. Que inodoros e insípidos serão se, como água, estes sentimentos também forem incolores. Amante de cores que sou, deixei de lado essa grande discussão e voltei a dizer que a minha Azul existe para confortar meu coração e meu nariz de palhaço. Existe em cada momento em que o hoje me faz lembrar a felicidade do ontem, que me faz lembrar a felicidade de que era pensar no amanhã. Este, ainda desconhecido para mim, passa a ser somente mais uma silueta estranha nas entranhas das minhas próprias páginas e histórias, onde o dito amanhã que nunca morre se extinguirá, deixando para que os olhos duros e cheios de tanto vazio permitam-se avistar o que e o qual grandioso era o seu dia anterior, do crepúsculo à alvorada.
Àquela, não esta que vaga pelos bares e sambas da vida, mas àquela que um dia pude dizer tudo o que eu direi amanhã para outra aquela que, no presente momento será ”esta”, eu deixo as cartas do ontem que eu voltarei a ler amanhã e guardar. Amor, hoje, pra mim, deixou de ser amor para se tornar verdade. Deixou de ser sonho e passou a ser realidade. Não é mais infinito - tão pouco infinito do infinito - porque por tanto tempo durou, pois passou a ser um mínimo de tempo mágico.
Enfim o amor que, no fim das contas, passa ser o que nunca foi. Amor que não é amar. Amor que não é amor. Amor que não é nada.
A não ser que seja amor.



Pense o que você quiser. (Y)

2 comentários:

MsTr disse...

Curti mlke! ;D

Anônimo disse...

infinito do infinito... rs


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