terça-feira, março 20

Próxima parada.


Sou como aquele radinho que agora toca.
Com pilhas fracas, volume baixo, antena torta.
Buscando, insistentemente, a boa sintonia daquela radio romântica chamada você.
E passo veloz, apressado pela multidão, apertando o botão, mudando de estação
Esperando o trem que não vem, tentando não esbarrar em ninguém
Ouvindo uma ou outra triste canção, vendo cair a chuva do fim de verão.
A melodia que toca agora até me faz sorrir, mas nem mesmo esta sacia o desejo
De ouvir a sua própria voz a sussurrar, fazendo uma orquestra pulsar e gritar
Coisas que nenhum sentimento gritaria, porque, se não fosse você, meu coração
Escutaria uma canção como outra qualquer.
Entretanto, inesperadamente, o trem atrasou e minha trilha sonora mudou.
Mais euforia e contagiante. Tudo e mais um pouco que pude querer neste instante.
E esta, em especial, tocou profunda ao ponto de me fazer mudar de rumo.
Agora pego outro trem, pois a sintonia que quis já não encontro mais.
Sua radio pode estar fora do ar. Eu não sei. Talvez seu sinal é bloqueado.
Sua freqüência é restrita para outro alguém. Ou talvez eu não consiga sintonizar.
E mesmo com outra canção adoçando os meus ouvidos, eu digo.
Esta não será minha viagem final. Quando o meu trem chegar ao destino.
Talvez eu perca uma vida de tempo ouvindo essa nova canção,
Mas minha freqüência estará sendo enviada para onde quer que você estiver.
Desta vez, contudo, não serei ouvidos. Serei a voz.
E minha canção cantará a separação de um “você e eu” que outrora fora “nós”
Pois é sempre quando menos esperamos é que encontramos a nossa
Tão sonhada e esperada canção predileta.

No ar: “A última estação. A última parada antes de seguir viagem.”



Pense o que você quiser. (Y)

1 comentários:

Nana Marques disse...

Ah! Excelente! Adorei.
Nessa troca de estação, um dia eu sintonizo certo e ouço uma canção feita para mim.
=D

Sua leitora, :*


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