sábado, março 17

Sonhos verdes.

O que era poesia virou prosa.
Pensamentos soltos e tão pequenos diante do mundo, são estas pequenas serpentes transparentes que se dissipam e se adaptam ao meio. Fumaça, em sua dança desconjuntada, fazendo do sopro do vento a sua própria orquestra. Antes de sumir, sempre, deixa para nós, adoradores, uma última mensagem. Somente quem tem pensamentos soltos podem ler o que há escrito naquelas fumaças, porque ela é a lacuna que falta em todas as frases.
Pensamentos se reúnem dentro de uma mente sã logo quando a noite cai. O corpo em repouso, horizontalizando todos os sentidos, agora faz com que somente a mente trabalhe. Mistura-se presente, passado, futuro, desejos, sonhos, respostas e questões. Flashes de um filme já vivido ou que se quer viver. E quando nada mais parece fazer sentido, sempre surge por baixo daquelas pálpebras fechadas um rosto, uma forma, uma silueta.
Uma silueta, uma forma, um rosto.
Quando a vida testou minha fé e tirou de mim todos os sentimentos que me regia, tornando-me um ser frio e vazio, pensei que jamais voltaria a entender questões simples como amar singela e verdadeiramente. Ao menos a vida não me tirou a esperança. Acreditar sempre foi um fardo que carreguei com fervor. Sou mais do que preces e orações. Sou, também, busca, apesar de manter meu corpo, agora em repouso, buscando essa raríssima felicidade dentro do meu universo interior. Buscando reconhecer essa silueta que surge e ganha forma. Posso ver seus olhos agora.
Eu preciso me livrar destes males. Quero voltar a sentir de novo aquela boa e velha confiança, poder reconhecer os sorrisos, os gestos ou o simples olhar. Reconhecer a distância quem é aquela que vem se aproximando e, mesmo quando eu não puder ver, ainda poderei sentir aquela que vem me salvar mais uma vez, e que todas às vezes liberta essa tristeza de mim quando está aqui por perto. Como eu sou feliz sempre que estou perto de você. Quando posso segurar sua mão e te mostrar o caminho, quando eu deito e sonho que faço a mesma coisa que faço quando posso te ver de verdade.
Posso sentir essa saudade do que ainda está por acontecer entre nós. Sinto saudade do meu “eu” passado, sorridente e feliz. Sinto que posso fazer diferente, como sempre pude, como sempre quis. Sinto que encontrei e sinto tantas coisas que uma mente só não é capaz de conter. Então eu deixo fluir e deixo as palavras saírem, finalmente, para que eu te mostre o quanto de você já tem em mim. E, se você me disser quer vai me esperar, eu saio do outro lado do mundo e te busco. Algo mudou dentro de mim, dentro de nós. Eu sei. Sei porque eu vejo, sinto e imagino.



Pense o que você quiser (Y)

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