quinta-feira, março 8

Em tom de insanidade.

Em minha mesa de cabeceira jaz o Nietzsche, com seu blazer desbotado, calça xadrez e dedo no queixo, como se estivesse mesmo pensando em alguma frase de efeito para me dizer. Mas ele está morto, desde muitos anos antes da minha humilde existência. É, hoje, só um papel que me inspira e me faz pesquisar sobre o significado de uma palavra tão pequena, mas que gera tanto desconforto, tantos formigamentos. Mas como lidar com algo que passa de uma simples palavra com um significado horizontal e pontilhado no Aurélio? Poderia mesmo explicar com palavras, gestos ou qualquer outra maldita atitude? Pior do que isso, só somando essas perguntas à teoria de “amor sobre virtudes” de Platão.
É assim que me sinto. Confuso, inseguro, com as mãos suando. Tentando soar calmo, mas com aquelas tantas “borboletas” no estomago. Como explicar que existe o que não existe e como fazer com que a convença de que ela é real? Por vezes eu penso que minha mente está mesmo deformada de tanto imaginar o inimaginável. Mas eu vejo, eu sinto! Sou seguro dessas palavras. Sou são. Estou lúcido, não bebi, ao contrario do que você pensou hoje mais cedo. Estou, sim, entorpecido por um sentimento que me faz ser quem eu quero ser sem precisar ser aquilo que eu gostaria. Ser ou não ser. Eis a questão.
Imaginável e virtual. Vejo o seu rosto com sorrisos tênues. Amo quando coloca aquele nariz de palhaço e diz que está combinando comigo, por mais que não compartilhe das mesmas canções prediletas. Eu aceito, mas não gosto de quando você diz sobre seus relacionamentos, digamos, reais. Nessas horas eu prefiro pensar que você é mesmo fruto de minha imaginação e que não existe. Mas é inevitável. Eu consigo te ver e quase te tocar. Mesmo sem nunca ter ouvido, sua voz diz palavras doces em meus ouvidos. Ora no esquerdo, ora no direito, ora mais grave, mais agudo, com sotaque, com gírias.
Abraçar-te, hoje, seria mais do que um prazer impar. Seria a chance de provar pra mim mesmo de que você é real e de que eu não sou louco. De que o futuro pode ser como eu digo que planejo ser. É pensar além de quebrar as barreiras da distância. É transformar em realidade o que é mais um de muitos sonhos de olhos abertos. Pisca e sorri. Ande, desfile, para mim. Diga que sim. Uma palavra! Uma frase! Qualquer coisa! Como parar com essa insanidade? Provarei, sem dúvida. Um dia provarei a minha sanidade e desfrutarei dela. Sempre tive certezas das coisas que tive certeza sempre. Faça com que eu tire essas amarras e possa atravessar este portal. Não nos arrependeremos.
Platão, Sócrates, Ficino, Nietzsche, Einstein, Pessoa. Fosse filósofo, poeta, matemático, ou até se fosse Freud, não conseguiria explicar o que passa dentro deste meu corpo prestes a explodir de tantas coisas. Sentimentos, palavras. Sentimentos e palavras incontáveis. Deixa que, hoje, eu quebro essa tela e passo a ser o filósofo-poeta-matematico-Freud. Passo a ser um ser de querer.


Pense o que você quiser. (Y)

2 comentários:

Nana Marques disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nana Marques disse...

O incrível é que eu me viciei nos seus textos.
Fico ansiosa esperando o próximo, o próximo, o próximo...
Quando você diz: "Estou escrevendo", confesso que há um misto de reações. A primeira é: "Poxa, ele está ocupado, não vai dar para conversar."
A segunda é: "Mas o dia e a hora da próxima chegou. Dentro de minutos estarei acessando o blog para mais uma vez entrar nos textos do Victor."

É assim que eu me sinto quando os leio: Dentro.

E quero me sentir assim enquanto você escrever...


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